Existe cinema português em competição no 30º aniversário do Austin Film Festival. “A minha casinha” (com o título internacional “Autumn”) trata-se da primeira obra do jovem realizador e argumentista português António Sequeira e é um dos filmes selecionados para a secção competitiva oficial do reconhecido festival americano. O elenco conta com Beatriz Frazão, Salvador Gil, Elsa Valentim e Miguel Frazão nos principais papéis.
"A Minha Casinha" vai estrear juntamente com gigantes da indústria, como "Bikeriders" (Tom Hardy, Austin Butler), "Saltburn" (Rosamund Pike, Carey Mulligan), "Finestkind" (Tommy Lee Jones, Zendaya, Jake Gyllenhall), entre outros.
Andy Volk, Programador Sénior de Filmes do Austin Film Festival afirma que "”Autumn” é um reflexo lindamente elaborado sobre a mudança das estações e sobre como nós mudamos com elas. Um retrato delicado dos laços familiares postos à prova conforme o tempo leva cada membro da família pela estrada das memórias e em direção ao seu próximo capítulo. Com personagens ricas e um argumento comovente, António Sequeira e o seu elenco inundam o filme com uma vitalidade muito natural e com sinceridade, de coração aberto. “Autumn” está destinado a fazer o público rir, chorar e embarcar na sua própria jornada de regresso a casa.""
Emily Lock afirma que ""Autumn" é um belo filme que convida os espectadores a entrar num mundo verdadeiro e em dinâmicas de personagens envolventes. Ele retrata com sucesso como as expectativas e a realidade podem se distanciar à medida que a vida continua, proporcionando uma visão perspicaz da condição humana universal, na qual as personagens lutam constantemente por algo maior do que têm, falhando em apreciar as suas circunstâncias presentes até que a mudança se aproxima. O trabalho com os personagens em "AUTUMN" é uma conquista notável; cada um dos personagens principais é um ser humano plenamente formado, com falhas, mas adorável. É uma representação poderosa de como os relacionamentos mudam com o tempo e uma visão honesta do elo às vezes exasperante, mas, em última análise, inquebrável, de uma família."
A saudade não conhece fronteiras, e 'A Minha Casinha' oferece-nos assim um vislumbre autêntico de como a cultura portuguesa lida com o sentimento universal da saudade, uma palavra tão nossa. À medida que as personagens traçam os seus próprios caminhos, o filme leva-nos numa viagem emocional que transcende idiomas de uma maneira com que qualquer pessoa que já tenha sentido saudades de casa, se poderá relacionar.
Em 'A Minha Casinha', capturamos as transições da vida através da lente de uma pequena cidade portuguesa do interior. A estrutura única do filme, focando-se apenas nas férias universitárias do filho mais velho que vai estudar para Londres, captura momentos da puberdade de uma filha, da crise de meia-idade de um pai, da emancipação de um filho e de uma mãe aprendendo a lidar com a síndrome do 'ninho vazio'.
Para o realizador António Sequeira “ter o filme no Festival de Cinema de Austin é um sonho tornado realidade, não só por ser um festival de qualificação aos Óscares, mas também por já ter impulsionado filmes de realizadores como Richard Linklater, Greta Gerwig e Darren Aronofsky. Poder partilhar o mesmo ecrã com filmes como os destes gigantes do cinema é um privilégio. Para além de que, pelos vistos, o barbecue também é excelente no Texas. Estando a fazer uma campanha para levar este filme português a viajar pelo mundo, esta excelente notícia, não podia ter vindo em melhor altura.”
Este trata-se de um projecto muito pessoal para o realizador dado que “vejo-o como uma carta de amor à minha família, especialmente aos meus pais que tudo fizeram para eu poder ir estudar lá fora e seguir o meu sonho. Sem eles, tal nunca teria sido possível. Está na altura de darmos voz aos esforços invisíveis que os pais fazem para que os filhos possam voar.”
Integralmente filmado em Baião com o apoio do município e envolvendo a comunidade local, “A minha casinha” já tinha sido selecionado para a fase final do Laboratório de Desenvolvimento de Sundance (EUA) e escolhido para fazer parte do Torino Film Lab (Itália), foi também selecionado como ‘work-in-progress’ para o First Cut Lab e depois para a secção “Goes to Cannes”, onde recebeu muito feedback positivo de agentes de vendas e distribuidores demonstrando assim a sua universalidade temática.
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